17 de agosto de 2010

BÍBLIA - ÊXODO (aula 07)


Segundo livro do Pentateuco, por vezes, chamado “Evangelho do Antigo Testamento”. Ele anuncia a “boa nova” fundamental da intervenção de Deus na existência de um grupo de pessoas (4,31), a fim de fazê-los nascer para a liberdade e congregá-los em uma nação santa (19, 4-6).

A matéria de Êxodo abrange o período da história de Israel que vai desde a morte de José (Gn 50) até a organização do santuário móvel do deserto (a Tenda).

O livro começa com o acesso ao poder de um novo faraó que “não conheceu José” nem os benefícios que trouxe e que oprime os “filhos de Israel” com trabalhos forçados e genocídios (Ex 1,1-12). Mas Deus, ouvindo o grito do povo, chama Moisés para libertador (Ex 2-3).

A saída do Egito foi sempre considerada por Israel como um momento singular de sua história. É o evento criador de Israel, fato predominante a outros acontecimentos históricos.

Toda a reflexão teológica e histórica de Israel tem sido iluminada pelo “êxodo".

Foi a juventude de um povo que Deus tomou sob seus cuidados (Os 11,1-4; Dt 8, 11-16).

A festa da Páscoa, dos Pães sem fermento, traz sua origem na recordação da saída do Egito.

O êxodo foi também para Israel o tempo privilegiado do encontro com Deus.

Lendo o livro com atenção, percebemos que é perpassado por uma série de questões essenciais, ou seja, de contestações.

A essa questão de fé e dúvidas, o livro dá a resposta da fé do povo de Israel, fé que amadureceu incessantemente no decurso dos séculos até a elaboração final do Êxodo.

A saída do Egito é uma realidade sempre viva. Israel foi sempre guiado pela fé. Não é um livro acabado, mas o livro de um povo a caminho.

Alimenta a esperança de uma liberdade mais fundamental e mais definitiva.
Como já acenamos, vários grupos contribuíram para que se formasse o povo de Israel (patriarcas, êxodo, deserto do Sinai...).

Estamos diante de um grupo que sai do Egito para pedir auxílio para o Faraó.

São necessidades de subsistência.

Num período de muita seca e carestia, muita gente ia para o Egito, esperando condições de sobrevivência.

Um desses grupos recebe o nome de hebreus, que na época, significava gente sem origem definitiva.

Cuidavam de plantações próximas ao rio Nilo e quando não se dava para plantar, o Faraó ocupava a mão de obra para fazer construções públicas.

A pobreza crescia e os hebreus não mais suportavam esse sistema.

Moisés é a figura que vem libertar esse povo.

Ele também um hebreu de nascimento. Tentam a liberdade com o Faraó, mas diante de uma resposta negativa, fogem pelo deserto. A escravidão desperta neles o ideal adormecido: lutarem e escaparem.

O Egito tinha seus deuses, mas os hebreus não queriam adorar esses deuses, eles tinham o seu Deus. (Ex 3,16-20)

Esse Deus estava presente, Ele libertou o povo da escravidão.

O Deus que estende seu braço e sua mão forte. O Deus de Abraão, Isaac e Jacó é o mesmo Deus dos hebreus.

TEMAS ESPECÍFICOS:
- O êxodo do Egito como evento referencial de Israel.
- Deus é quem age.
- O povo é resgatado por Deus para ser seu povo e dele receber a Instrução – o Senhor da Aliança (Deus ciumento).
- O povo não compreende, é “duro de cabeça”, “murmura”, rompe a Aliança. Deus se mostra compassivo.

O Senhor está ou não está no meio de nós? (17,7).
Esquema:
. 1,1-15,21: Libertação do povo para a Aliança.
. 15,22-18,27: Marcha dos israelitas até o Sinai.
. 19,1-24-11: A Aliança do Sinai – manifestação de Deus.
. 24,12-31,18: Prescrições para a construção do santuário.
. 32-34: Ruptura e renovação da Aliança.
. 35-40: Execução da organização do santuário.

Figura central é Moisés, ajudante do sogro na criação de carneiros (2,11-22)

O Deus de Moisés é adorado nas montanhas, mas que sai das montanhas e acompanha o grupo no deserto para a terra de Canaã.

A caminhada pelo deserto é a dura luta para manter-se livre e não ser de novo oprimido. Deus responde ao clamor do povo.

O objetivo é sair da terra da opressão a fim de conquistar uma terra onde o povo possa viver a liberdade e encontrar a vida.

A fertilidade, o espaço, o leite e o mel indicam uma realidade nova e cheia de vida.

Deus faz a Aliança. A Aliança é um compromisso. Estar em aliança com Deus não significa pura e simplesmente ser escolhido, mas ser escolhido para uma missão: manter na história a memória viva do Deus libertador.

O Decálogo é o documento fundante de uma sociedade que pretende uma vida digna para todos os seus membros e onde todos possam ter acesso aos bens da liberdade e da vida.

Este livro, contudo, não acaba totalmente.

O êxodo termina e o povo continua no deserto.

Por acaso o deserto é a última parada?

Êxodo é um livro com um final aberto. Esta abertura é um convite para que continue lendo os outros livros do Pentateuco e da Bíblia...

Êxodo faz com que leitor compreenda que Javé se revela no caminho, que este caminho possui conotações de deserto, e que a descoberta e o processo de identidade do povo e do leitor correm paralelo à descoberta de Deus que eles foram realizando.

Ele está presente! Aí estão os sinais da sua presença e de sua companhia, de seu pacto e de sua fidelidade.

Um comentário:

  1. Haveria a possibilidade de no encontro sobre as dúvidas aborar:
    1- O significado da expressão "Economia da Salvação" (Dei Verbun)
    2- Diferença entre a versão sacerdotal e javista.
    3- Jesus, desde sempre tinha consciência de que era o "Filho de Deus"?
    Desde já agradeço.

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