17 de agosto de 2010

BÍBLIA - PENTATEUCO (aula 05)


Pentateuco é uma palavra grega que significa “cinco livros”. Os judeus chamam esta parte da Bíblia com o nome de Tora, que significa Lei.

Os livros do Pentateuco falam da formação do mundo, da humanidade e do povo escolhido por Deus. Esta divisão em cinco livros é atestada antes de nossa era pela versão grega dos Setenta.

- Gênesis: origens do mundo

- Êxodo: Saída do Egito

- Levítico: Lei dos sacerdotes da tribo de Levi na legislação cultual

- Número: recenseamentos das comunidades dos filhos de Israel

- Deuteronômio: interpretação grega da lei para sacerdotes e levitas



Encontramos quatro correntes que contribuíram para a formação deste conjunto:

I. Tradição sacerdotal (P): (Priesterkodex – código sacerdotal) camada literária mais identificável e que dá ao Pentateuco sua estrutura atual. As características mais marcantes de seu estilo são as repetições, uma certa rigidez, o gosto da precisão numérica, genealogias, listas e predileção pelo culto e pela liturgia. É considerada a corrente mais antiga da tradição e que serve de fio condutor a todo o Pentateuco.

II. Tradição deuteronômica (D): é a tradição compilada no Deuteronômio, designada pela letra D. Centrada no ensinamento da lei. Seu gênero literário é o da pregação, oratórias, com a conclamação à obediência, as exortações, ameaças e as promessas. O longo trabalho de redação deuteronomista não atingiu apenas o Deuteronômio, mas enriqueceu visivelmente várias passagens mais antigas do Êxodo (12-13; 32-33) e até do Gênesis (18,17-19).

III. Tradição javista (J) a primeira camada decorrente da tradição que chama Deus por seu nome pessoal “YHWH”. Por isso é chamada javista (J). A narração javista conservou o caráter pitoresco e a variedade das tradições orais relacionadas a certos santuários e ao folclore do clã. Estilo concreto, colorido, cheio de imagens, contador de histórias.

IV. Tradição eloísta (E): vários fragmentos narrativos quase sempre combinados com a camada J. Distingue-se pela utilização do nome “Elohim” para falar de Deus. É dessa camada que deriva a mais primitiva coletânea das leis do Pentateuco, o “código da aliança” (Ex 10,23-23,33).



Os textos do Pentateuco têm sua origem num passado que só conhecemos de maneira limitada. Uma boa proporção destes textos não tem origem simples, a formulação que chega até nós é resultado de longo processo. O início, como já recordamos, é oral e que aos poucos vai se passando para a fixação escrita.

A “Lei”, à medida que designa o conjunto desses cinco livros, não se restringe a uma significação jurídica, mas engloba, com as partes narrativas, uma visão da história da eleição e da salvação.

O Pentateuco não tem uma forma dogmática, seu povo é um povo santo, inteiramente consagrado a Deus. A autoridade suprema pertence à palavra de Deus e Moisés é seu mediador. É ela que o sacedócio transmite, que os profetas proclamam e que o livro da Lei conserva. É o livro da Lei que apareceu como sinal de unidade frente a dispersão do povo de Israel.

Os acontecimentos atestados pelo Pentateuco anunciam e prefiguram a obra que deus realizou por Cristo na Igreja.

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