INTRODUÇÃO:
“Existe uma única Igreja que no Símbolo chamamos una, santa, católica e apostólica, que nosso Salvador...entregou a Pedro para apascentar, e confiou a ele e aos demais apóstolos para propagar e reger, e erigiu para sempre como ‘coluna e fundamento da verdade’. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como um sociedade, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele, embora fora de sua visível estrutura se encontrem vários elementos de santificação e verdade que, como dons próprios à Igreja de Cristo, impulsionam à unidade católica" (LG nº 8)
A IGREJA É UNA:
A unidade e comunhão no amor é a essência da Igreja. Ela, historicamente, deve ser instrumento e sacramento de comunhão.
Por isso, rezou Jesus:
“que todos sejam um, como tu Pai, o és em mim e eu em ti...que eles sejam consumados na unidade, de sorte que o mundo saiba que me enviaste e que os amaste como me amaste... Que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles” (Jo 17, 11.26)
A Igreja é una pela sua fonte (o Pai), pelo seu Fundador (o Filho) e pela sua “alma” (o Espírito Santo).
“Que estupendo mistério! Há um único Pai do universo, um único Logos do universo e também um único Espírito Santo; há também uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada chamá-la Igreja” (S. Clemente de Alexandria)
A unidade da Igreja é assegurada por vínculos visíveis de comunhão:
- Uma única fé recebido dos Apóstolos;
- A celebração comum do culto divino, sobretudo nos sacramentos
- A sucessão apostólica através do sacramento da Ordem.
Unidade não é uniformidade.
Como peregrina, inculturada no mundo, ela traz a diversidade nos campos da teologia, da liturgia, da espiritualidade, da disciplina.
“Destinada a estender-se por todo o mundo, a Igreja entra na história da humanidade e simultaneamente transcende os tempos e os limites dos povos” (LG 9c)
A IGREJA É SANTA:
A Igreja constitui “uma nação santa” (1Pd2,9)
Os cristãos mesmos são chamados de santos:
- “...ouvi de muitos a respeito deste homem, quantos males fez a teus santos...” (At 9,13)
- “...para que meu serviço seja bem aceito pelos santos” (1Cor15,31)
O que nos faz verdadeiramente santos é o chamado do Pai, a justificação pelo Filho e a infusão do Espírito Santo e seu impulso interior a um total amor a Deus e ao próximo, como Cristo.
Existe a santidade recebida de Deus como dom, e a santidade que deve ser vivida, aperfeiçoada por nós.
Somos santos, e por isso devemos agir como santos: “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e andai no amor...como convém a santos.” (Ef 5, 1a.2b); “o santo santifique-se mais” (Ap 22,11)
A Igreja “não ignora que não faltaram entre seus membros, clérigos e leigos, na série ininterrupta de tantos séculos os que foram infiéis ao Espírito de Deus. Também em nossos tempos não ignora a Igreja quanto se distanciam entre si a mensagem que ela profere e a fraqueza humana daqueles aos quais o Evangelho foi confiado” (GS 43f)
"A Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação” (LG 8)
A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as suas obras têm como objetivo a salvação dos homens em Cristo e a glorificação de Deus.
A IGREJA É CATÓLICA:
- É católica porque nela Cristo está presente, e nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua cabeça.
- É católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano.
A Igreja está presente no mundo inteiro, em todas as comunidades locais unidas aos seus pastores.
A Igreja particular (comunidade de fiéis em comunhão na fé e nos sacramentos com o seu Bispo) é formada à imagem da Igreja universal e é nelas e a partir delas que existe a Igreja católica uma e única.
A Igreja universal não é a soma de Igrejas particulares diversas, mas ela, por sua vocação missionária, se reveste em cada parte do mundo de aspectos exteriores diversos.
A IGREJA É APOSTÓLICA:
A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, que era como os primeiros cristãos designavam os portadores da mensagem evangélica.
Ela é apostólica em três sentidos:
- Ela foi e continua sendo construída sobre o fundamento dos apóstolos, testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do séculos” (Mt 28, 19s)
- Ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos.Os cristãos “mostravam-se assíduos no ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42)
- Ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos, assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja.
Jesus é o Apóstolo (enviado) do Pai. Ele “chamou a si os que quis e instituiu Doze para estarem com ele e para enviá-los a pregar.” (Mc 3,13-14).
Neles Jesus continua sua missão: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio”.(Jo 10,21)
Seu ministério é continuação do ministério de Jesus: “Quem vos recebe, a mim me recebe” (Mt 10, 40)
Eles sabem que são “ministros de uma nova aliança” (2Cor 3,6), “embaixadores de Cristo” (2Cor 5,20), “servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus” (1Cor 4, 1).
Cristo prometeu que ficaria com eles até o fim dos tempos.
A missão dos apóstolos deverá durar até o fim dos séculos, por isso os Apóstolos cuidaram de instituir sucessores nesta sociedade organizada.
Desde o início foi assim. Já por volta do ano 50, no chamado Concílio de Jerusalém, vemos os “presbíteros” deliberando junto com os “apóstolos”.
S Paulo recomenda aos presbíteros de Éfeso: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus” (At 20, 28)
S Paulo ordena a Timóteo: “O que ouviste de mim, na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que por sua vez sejam capazes de instruir a outros” (2Tm 2,2)
S Clemente de Roma (102?) diz: “Nossos apóstolos...instituíram ministros...e estabeleceram que à sua morte, outros homens experimentados os sucedessem”.
Todos na Igreja somos “apóstolos”, pois somos enviados ao mundo inteiro.
A fecundidade de nosso apostolado depende de nossa união vital com o Cristo e com toda a Igreja.
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